Após 11 anos sem concurso, Polícia Civil do Tocantins anuncia paralisação de 24h na segunda-feira (24)
Após 11 anos sem concurso público, a Polícia Civil do Tocantins realizará uma paralisação de 24 horas na próxima segunda-feira (24). A mobilização denuncia o déficit crítico de servidores e pressiona o governo a publicar, com urgência, o edital do concurso já autorizado.
O problema é mais grave em municípios do interior, como Filadélfia, que no passado contava com delegado de polícia, escrivã e quatro agentes. Hoje, restam apenas dois servidores: Railton e Marcos, que se dividem para manter a delegacia aberta e atender a população dentro do possível.
Com a queda drástica no efetivo, diversos procedimentos que antes eram realizados na própria cidade deixam de existir. Ocorrências em flagrante, boletins complexos, oitivas, investigações e prisões precisam ser levadas para a Delegacia de Plantão de Araguaína, distante mais de 110 quilômetros. Isso representa um deslocamento longo e arriscado, principalmente em situações de urgência.
A situação impacta também a Polícia Militar, que passa a acumular responsabilidades extras. Além do patrulhamento regular, a PM precisa conduzir presos e ocorrências por longas distâncias, o que aumenta a demanda operacional, gera sobrecarga de viaturas, eleva o risco de acidentes na rodovia e reduz o tempo disponível para o policiamento ostensivo dentro do município.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins, o Estado registra mais de 1.200 cargos vagos, praticamente metade do efetivo previsto em lei. Apesar da autorização para 381 vagas imediatas e 71 para cadastro reserva, a ausência de cronograma e de banca organizadora mantém a categoria apreensiva — o que motivou a paralisação.
Os representantes reforçam que unidades como a de Filadélfia operam no limite, o que compromete a segurança pública e coloca em risco tanto servidores quanto a população.
O governo do Estado reconhece a autorização do concurso, mas ainda não divulgou datas das etapas seguintes.
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