Filha denuncia negligência na Saúde de Filadélfia na busca de atendimento para sua mãe


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Secretaria de Saúde de Filadélfia-TO – Foto: Luzivaldo/JF
Secretaria de Saúde de Filadélfia-TO – Foto: Luzivaldo/JF

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A dona Rosene da Silva Gomes Bezerra, 52 anos, mais conhecida como Rosa do Jenelcy, borracheiro de Filadélfia, passou por momentos de tensão na madrugada desta terça-feira (27). Segundo sua filha, Keilete, essa tensão aconteceu por negligência e irresponsabilidade por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Filadélfia.

A filha de Rosa resolveu procurar a redação do JF para reportar o episódio que aconteceu com sua mãe, que poderia ter levado ela a morte.

Dona Rosa ficou 15 dias entubada em Araguaína depois de contrair a Covid-19. Ela recebeu alta na última quarta-feira (21) e retornou para sua casa em Filadélfia. De acordo com Keilete, na última sexta-feira (23), sua tia e seu pai foram ao Pronto Atendimento, pedir para alguma enfermeira ir até a casa de dona Rosa para fazer um curativo na escaras que ela possui na região das nádegas, medir a pressão e a glicemia. Devido a demora pra ir até a casa, Keilete resolveu da banho na mãe e ela mesmo fez o curativo. Mais tarde a enfermeira chegou e viu que não havia mais necessidade de fazer o curativo, por que a filha já havia feito, porém a enfermeira não levou os aparelhos para medir pressão e nem o da glicemia.

Segundo a filha de Rosa, eles disseram que iriam visitar dona Rosa na segunda-feira (26), para medir a pressão e a glicemia. Passou das 9h da manhã e não apareceu ninguém, foi ai que dona Keilete resolveu se deslocar até a Secretaria Municipal de Saúde para solicitar assistência para sua mãe.

Ao ser atendida na secretaria, Keilete disse que não recorda o nome da funcionária que lhe atendeu. A filha de Rosa disse que a funcionária ligou para alguém, para saber a disponibilidade de uma enfermeira ir até a casa realizar a medição. A funcionária respondeu a Keilete que não tinha como, porque um enfermeiro estava de atestado médico após sofrer um acidente, e só tinha uma enfermeira que poderia ir, mas ela estava na Unidade Básica de Saúde Hulda Dias dos Reis, próximo a creche e que Keilete deveria levar sua mãe até a unidade para realizar os testes.

Keilete disse que explicou para a funcionária, que sua mãe estava acamada e não tinha como ela levar para a unidade, mas a funcionária tornou a insistir que a filha teria que levar a mãe para a unidade, deixando assim a família desamparada.

A filha de Rosa alega que essa atitude foi um ato de negligência e incompetência, já que não deram assistência para uma pessoa que está acamada e com escaras na região das nádegas que atrapalha muito sua locomoção. De acordo com ela, a enfermeira poderia parar lá na unidade e ir rapidão até a casa de Rosa fazer a medição. Segundo ela, se a enfermeira tivesse ido, poderia ter evitado a tensão que sua mãe passou na madrugada de terça-feira (27).

"Se eles estivessem ido aferir a glicemia da minha mãe entre as 11h ou 12h, eu acredito que minha mãe não teria passado pelo o que ela passou na madrugada da terça-feira (27). Nesta madrugada eu vi minha mãe "mortinha" às 2h da madrugada, ao chegar no hospital, a glicemia estava 55. Foi aplicado uma medicação e fomos embora para casa depois das 3h da manhã. Quando foi às 6h da manhã, minha mãe começou novamente passar mal, com as mesmas características do que aconteceu às 2h da manhã. Corremos para o hospital, solicitamos a ambulância, a ambulância veio, ao chegar no hospital, a glicemia tava em 10. Só por Deus ela não chegou a ficar em coma ou morrer praticamente", desabafou.


Dona Rosa estava internada no Pronto Atendimento de Filadélfia até a publicação desta matéria. Segundo a filha de Rosa, sua mãe só ainda está internada devido sua insistência, porque o médico queria mandar ela para casa. De acordo com Keilete, ele não queria deixar internada, em observação no Pronto Atendimento, por causa do risco dela contrair covid-19.

"Preciso de uma estabilidade, o médico precisa da certeza antes de mandar ela pra casa, porque a glicemia dela só está subindo e baixando. Quando a gente questiona, quando a gente vai procurar nossos direitos, as pessoas acham ruim, porque aqui em Filadélfia é tudo movido a política. Não pode reclamar. Um fulano diz que na política passada não era assim, agora é. Eu não quero saber se política passada tava bom ou se não tava, eu só quero que dê uma assistência melhor para minha mãe, por que eu não quero trazer ela pra casa, na situação que ela está", concluiu, a filha de Rosa.


O JF entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde em busca de um posicionamento sobre o caso da dona Rosa do Jenelcy, a secretária Aryanna Medeiros explicou o que ocorreu durante o atendimento da Keilete e que chamou atenção dos funcionários envolvidos na confusão. Leia na íntegra.

“Keilete foi atendida inicialmente pela assistente social e no momento que ela chegou, não tinha nenhum veículo da saúde disponível, a ambulância estava em atendimento, havia levado um paciente em estado gravíssimo que inclusive está entubado na UTI de Araguaína.

O carrinho da saúde estava com o paciente de hemodiálise em Araguaína e o outro carrinho estava fazendo atendimento na zona rural, de um senhor com câncer.

A funcionária da secretaria, pediu para Keilete aguardar, mas ela disse que era urgente. Não faltou atendimento pra ela, quando ela procurou o Pronto Atendimento não, inclusive o médico fez todos os procedimentos e ela está sendo acompanhada.

De qualquer forma eu chamei atenção de todos os funcionários envolvidos, tanto a enfermeira da UBS e quanto a assistente social. Chamei atenção mesmo porque isso não pode acontecer.”

Tags : Glicemia, Rosa do Jenelcy, borracheiro, Filadélfia, Tocantins, saúde, secretaria, UBS

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